O monitoramento das condições de operação de transformadores é de extrema importância, devido ao alto custo do equipamento e ao fato de que falhas destes ativos podem levar a interrupções do fornecimento de energia por períodos prolongados. A análise periódica das características do óleo isolante é um procedimento fundamental para garantir o funcionamento correto do equipamento e prolongar sua vida útil. O óleo isolante se deteriora naturalmente em serviço, sendo esta deterioração agravada por fatores como: presença de oxigênio, temperaturas elevadas, presença de metais e umidade. A ocorrência de falhas em transformadores gera produtos de degradação dos materiais de construção e a identificação destes produtos pode auxiliar na caracterização da falha. Atualmente, o método mais utilizado para o diagnóstico de falhas é a Análise de Gases Dissolvidos (AGD), porém através deste método isoladamente não é possível dizer com exatidão qual a característica da falha em questão, ou sua localização aproximada. Em geral partículas e água reduzem a rigidez dielétrica e podem aumentar o fator deperdas do óleo isolante, portanto, valores atípicos destas propriedades podem indicara presença de partículas no óleo isolante, como por exemplo, óleos com acidez baixa e tensão interfacial alta, mas com fator de perdas muito elevado. Adicionalmente, partículas metálicas podem ser resultados de falhas envolvendo o tanque (oxidação, problemas de pintura), núcleo e espiras. A presença de qualquer destas partículas pode ser indicada por discrepância nos ensaios físico-químicos convencionais. Neste estudo foi desenvolvida uma metodologia para caracterização de partículas em óleos isolantes de transformadores, quanto a sua quantidade, natureza e morfologia. Espectrometria de emissão atômica por plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) e espectrometria de emissão atômica por eletrodo de disco rotativo (RDE-OES) podem ser utilizadas para quantificar e identificar os metais presentes, a contagem de partículas e o índice de partículas magnéticas (PQI) indicam a intensidade da falha e, a ferrografia, ao determinar a morfologia, permite identificar a origem da partícula e seu processo de formação. Neste estudo foi desenvolvida uma metodologia otimizada de caracterização de falhas em transformadores, constituída por análises físico-químicas, de gases dissolvidos (AGD) incluindo os gases propano, propileno e butano, compostos voláteis, além da análise de partículas quanto a quantidade, natureza e morfologia. Os resultados demonstraram a importância da metodologia desenvolvida comparativamente ao método tradicionalmente utilizado.
Direitos autorais do artigo acima para o XXVI Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE)
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